6 de dezembro de 2011

«Depois de algum tempo tu aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. E aprendes que amar não significa apoiar-te, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar as tuas derrotas de cabeça erguida e os olhos adiante, com a graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão.
Depois de algum tempo aprendes que o sol queima, se ficares exposto por muito tempo. E aprendes que, não importa o quanto tu te importas, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-la de vez em quando, e precisas de a perdoar por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para a destruir, e que tu podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebes que tu e o teu melhor amigo podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com que mais te importas na vida são afastadas de ti muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que tu podes ser. Descobres que levas muito tempo a chegar onde estás a ir, mas que, se tu não sabes para onde estás a ir, qualquer lugar serve. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão, e não importa o quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que a paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes, a pessoa que esperas que te ignore quando cais, é uma das poucas pessoas que te ajudarão a levantar. Aprendes que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários celebraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que o que imaginas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva, tens direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel. Descobres que só porque alguém não te ama como queres não significa que esse alguém não te ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
E que, com a mesma severidade com que julgas, serás em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que juntes os cacos. Aprendes que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes realmente que podes suportar… que realmente és forte, e que podes ir mais longe, depois de pensares que não podes mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida!»

Depois de Algum Tempo por Willian Shakespeare

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