Uma carta de amor é
sempre um momento de reflexão do quão enérgica e excêntrica por dentro me
deixas. É uma sopa de fórmulas incríveis que experimentas em mim, uma ventania
de magia, vontades e amanheceres. A ti, escrevo de qualquer jeito e em qualquer
lugar. Hoje não é como de costume, sentada com a caneta na mão, abafada no meu
quarto com o cheiro da nossa última noite a resplandecer em mim.
Desta vez fui correr pela marginal e procurei a pedra mais linda, que com a
palheta da minha guitarra nos descrevi. Melhor seria se ao luar comigo pudesses
estar, numa cama de rede e em serenata a ti me declarar. Sem argumentos e
justificações, com simples alentos e eternos corações.
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