19 de maio de 2012

Não me esqueci de ti

Hoje preciso de escrever para alguém, preciso de espirrar palavras e esperar que alguém as sincronize. Escolhi-te a ti. Espero que não fiques atordoado, agarra-as e encontra o significado que, mesmo sem te dizer, eu quero que encontres. Não tenhas medo de errar, tens o direito de achar e de criares o teu próprio critério; o que me importa é que dês asas e abras caminho às coisas vazias e desatinadas que vou pensando e dizendo. Gostava de saber de ti, se estás bem, deitado ou na praia; se estás a namorar, a escrever ou simplesmente a meditar sobre a tua última semana. Ainda assim sei, que apesar de me reconfortar saber de ti, devia apenas imaginar, criar e montar peças que te construam na minha cabeça, sem que te incomode de alguma forma. 
Sempre pensei que fosse difícil escrever para alguém que esteja longe da minha rua e das minhas caminhadas. Tu gostas de ser diferente. Não consigo dormir e sentia que algo me estava a destabilizar e a impedir de poder sonhar. A minha primeira ideia foi escrever. Para quem? E apesar de centenas de pessoas passarem por mim diariamente, foste tu quem eu fui buscar para me inspirar e para ler as coisas absurdas que penso. 
Sinto falta de alguém como tu na minha vida; alguém com quem partilhar este bichinho tão humano e insuportável que há em mim, alguém que não me faça sentir sozinha quando desatino com os lençóis, ou mesmo alguém que me diga que é tão instável quanto eu. Preciso de alguém que me corrija; de alguém complicado que simplifique as coisas mais inatas e que as deixem viver da mesma forma que eu.
Preciso de alguém como tu

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